A nanomedicina não é uma medicina tão pequena que não se pode ver. O prefixo nano tem um caráter caracterizado da dimensão das coisas.
A noção de nanomedicina surge associada à necessidade de caracterizar os efeitos únicos que as partículas de muito pequenas dimensão têm sobre os sistemas biológicos e de explorar esses efeitos para fins médicos. Geralmente estão relacionados com as propriedades físicas e químicas de partículas de dimensão nanométrica, partículas que são um milhão de vezes menores do que um milímetro.
Com dimensões tão minúsculas, as nanoparticulas têm uma capacidade impressionante de penetrar a membrana celular, podendo causar alterações significativas no comportamento das células. Os materiais deixam de ter um comportamento que seja previsível com base naquilo que se conhece da intera’’cão entre partículas de grande dimensão e os tecidos.
A nanomedicina não envolve apenas a utilização de nanoparticulas é que nem todas as nanoparticulas têm uma aplicação em medicina. Qualquer estrutura que seja construída a partir da manipulação controlada de moléculas, por exemplo, através da sua deposição sobre uma superfície que seja utilizada para detectar um dado composto numa amostra do sangue, cabo no conceito de nanomedicina. Neste caso poderia tratar-se da detecção precoce de uma doença, identificando um composto que atuasse como biomarcador dessa doença.
Além do diagnóstico, mas há outras aplicações com o incremento da cirurgias minimamente invasivas, que resultam num menor desconforto para os pacientes e na sua recuperação mais rápida, é necessário desenvolver sistemas de imagem que identifiquem de forma muito precisa o local onde deve ser feita a intervenção cirúrgica. A utilização de câmaras muito menores do que as atuais e a visualização de tecidos recorrendo a imagiologia molecular irão trazer grandes progressos à detecção de situações patológicas e às técnicas cirúrgicas.
A nanomedicina é uma área que só agora está a nascer. Desperta muitas esperanças e receios, como tudo o que é novo. Só depois de um grande esforço de investigação será possível saber até onde poderá afetar a nossa vida. Porém na medida em que tivermos a cada vez mais conhecimentos sobre como produzir e compreender estruturas a uma escala molecular, ficaremos mais aptos a saber explicar os mecanismos das doenças, a diagnosticá-las mais cedo, a preveni-las e a combatê-las.
Karine Andreola
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