sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Buraco na Camada de Ozônio

              Situada na estratosfera, entre os quilômetros vinte e trinta e cinco de altitude, a camada de ozônio tem cerca de quinze quilômetros de espessura. Sua condição, há cerca de 400milhões de anos, permitiu o desenvolvimento de vida na Terra, já que o ozônio, um gás rarefeito cujas moléculas se compõem de três átomos de oxigênio, impede a passagem de grande parte da radiação ultravioleta emitida pelo Sol.

            Como a composição da atmosfera nessa altitude é bastante estável, a camada de ozônio manteve-se inalterada por milhões de anos. Nas últimas décadas vem ocorrendo uma diminuição na concentração de ozônio, causada pela emissão de poluentes na atmosfera. O maior responsável é o cloro presente em clorofluorcabonetos (CFCs). Ele é utilizado como propelente de spray, em embalagens de plásticos, chips de computadores, solventes para a indústria eletrônica e, especialmente em aparelhos de refrigeração, como geladeira e ar condicionado. A relação entre o CFC e a diminuição da camada de ozônio começa a ser discutida em 1974 pelo químico norte-americano Frank Rowland 1927, e pelo mexicano Mario Molina 1943. Dez anos depois em 1992 os cientistas British Antarctic Survey detectaram um buraco na camada de ozônio sobre a Antártica, cuja extensão 7.000.000km, superando as previsões mais pessimistas.
            Um novo inimigo é descoberto em 1992, o brometo de metila, um inseticida usado em plantações de tomate e morango, que existe em quantidade bem menor que o CFC, mas é 50 vezes mais prejudicial. Calcula-se que o bromo encontrado no brometo de metila seja responsável por 5% a 10% do total da destruição da camada de ozônio no mundo.
            A redução da camada de ozônio causa maior incidência dos raios ultravioleta, o que diminui a capacidade de fotossíntese nos vegetais e afeta as espécies animais. Nos seres humanos compromete a resistência do sistema imunológico e causa câncer de pele e doenças oculares, como a catarata.
            Em sua fase mais crítica, o buraco sobre a Antártida era de quase trinta milhões de quilômetros quadrados, tão grande quanto a América do Norte. Em 1999, pesquisadores afirmaram que até peixes corriam risco de sofrer queimaduras por raios solares.
            A incidência do melanoma maligno, na forma mais mortal de câncer de pele, aumentou três vezes nas últimas três décadas. Os dermatologistas estão seguros de que os danos à camada de ozônio são também em parte responsáveis por isso. Segundo estimativas, uma perda global sustentada de 10% de ozônio pode provocar um aumento de 26% na incidência de cânceres de pele entre pessoas muito claras.
            Aproximadamente 90% das geleiras do mundo estão na Antártica. O continente é coberto por uma grossa camada de gelo que supera quatro mil metros de espessura em alguns pontos.  No inverno sua superfície gelada é duplicada pelo congelamento dos oceanos. Essas calotas polares são muito importantes para o equilíbrio ambiental do planeta, além de concentrar cerca de 70% das reservas de água doce da Terra, que interferem no nível dos oceanos em virtude das variações em sua extensão e espessura.
            Em agosto de 2003 os cientistas, pela primeira vez produziram provas de que a expansão do buraco na camada perdia velocidade.
           
Karine Andreola

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